Família de paciente com morte encefálica autorizou a doação do pulmão, fígado, rins, pâncreas e tecidos
Uma equipe do Programa Estadual de Transplantes (PET) esteve na manhã desta terça-feira (3) em Cabo Frio para realizar uma cirurgia de captação de órgãos. O procedimento aconteceu no centro cirúrgico do complexo São José Operário / Hospital Central de Emergência (HCE), em São Cristóvão. A família do paciente que teve morte encefálica autorizou a doação do pulmão, fígado, rins, pâncreas e tecidos.
Para a coordenadora da Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT), enfermeira Lilian Moraes Brandão, mais importante do que a atuação de toda a equipe profissional envolvida na captação dos órgãos, é o entendimento da família do doador de que essa ação pode salvar vidas.
“Mesmo em um momento de dor e luto, os familiares autorizaram a doação dos órgãos e compreenderam que podemos, assim, salvar vidas”, disse.
Cabo Frio é referência em captação de órgãos na Região dos Lagos. O município é o único da região que possui a Comissão Intra-Hospitalar de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplante (CIHDOTT) credenciada. Esse setor permite que a cidade conste na Central de Notificação, Captação e Distribuição de Órgãos e Tecidos (CNCDO).
De acordo com as diretrizes nacionais, cabe às comissões identificar possíveis doadores. Após identificação, há o trâmite que vai desde o diagnóstico de morte encefálica até a criação de métodos junto às famílias para a possibilidade da doação.
A CIHDOTT também é responsável pela articulação junto à Central de Transplante do Estado do Rio para organizar o processo de doação e captação de órgãos e tecidos; pelo treinamento contínuo das equipes do hospital; pelo contato com demais unidades diagnósticas necessárias para atender aos possíveis casos de doação; além de atuar em conjunto com CNCDO e o Sistema Nacional de Transplantes (SNT) para realizar treinamento de pessoal para entrevista familiar de solicitação e doação de órgãos e tecidos.
O processo de captação e transplante de órgãos requer grande empenho das equipes, tanto administrativa do hospital, como multidisciplinar, e do suporte que realiza o contato com o Governo do Estado, por meio do Programa Estadual de Transplantes (PET).
“É uma corrida contra o tempo para que, mesmo diante da perda dolorosa de uma vida, outras possam ser salvas. Hoje, a equipe de Cabo Frio está cada vez mais bem preparada para atuar nesta questão. O próximo passo é a implantação da Organização de Procura de Órgãos e Tecidos (OPO), que é mais uma instituição credenciada para auxiliar no processo de captação e doação de órgãos”, explicou Lilian.