Programação faz parte da Jornada de Integração Cabo Frio – África
Em celebração ao Dia da África, comemorado nessa terça-feira (25), a Prefeitura de Cabo Frio promoveu o painel virtual “Africanidades”. O evento on-line faz parte da Jornada da Integração Cabo Frio – África, que marca a relação entre o município e os países de Angola e Cabo Verde, proporcionando trocas culturais e imersão no universo de cada localidade. A programação segue até o dia 17 de julho.
O evento contou com a participação do cônsul-geral honorário de Cabo Verde, Pedro Antônio Santos, do cônsul de Angola, Mateus de Sá Miranda, do ex-ministro-chefe da Secretaria Especial de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e ex-presidente da Fundação Palmares, Eloi Ferreira de Araújo, da representante da Coordenadoria Geral de Promoção da Igualdade Racial, Carolina Conceição e da professora de História da África, do Programa de Pós-graduação em História Social (PPGHIS) e do curso de História do Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro (IH-UFRJ), Mônica Lima.
“É com muita satisfação que a gente celebra o Dia da África com essa mesa de trabalho que relembra nossa africanidade. Destaco e saúdo o prefeito José Bonifácio pelo desprendimento e compreensão em pautar, na sua gestão, o tema racial no Brasil. Atualmente, os afrodescendentes são mais de 56% da população brasileira, mas ainda somos um país que precisa se reencontrar com a África. No momento em que o governo de Cabo Frio faz essa ligação com Angola e Cabo Verde ele aproxima e traz história, costumes e cultura”, destacou Eloi Ferreira de Araújo.
Durante o encontro virtual foram debatidos temas como racismo, preconceito, políticas cotistas, programas de educação, desafios vividos pela população negra, independência dos países, entre outras temáticas sociais, culturais e educacionais.
O cônsul-geral honorário de Cabo Verde, Pedro Antônio Santos, destacou a relação entre os países e definiu a jornada de integração como histórica.
“Esse momento é emblemático, e participar dessa construção da relação entre Angola, Cabo Verde e Cabo Frio me enche de orgulho. Parabenizo a Prefeitura pela preocupação em buscar essa aproximação de forma especial com o Brasil”, disse.
Ressaltando os desafios para a população negra, o cônsul de Angola falou sobre a participação na sociedade.
“É revigorante ver, de forma tão apaixonada, pessoas que abraçam a causa africana. Temos muitos desafios, mas eles estão aí para serem superados. Vemos a inserção na sociedade, mas em muitos locais ela não consegue ser realizada. É preciso que haja essa colocação negra em todos os locais”, contou.
Professora de História da África, Mônica Lima falou sobre a reparação histórica e destacou a contribuição africana para a população brasileira.
“A aplicação da Lei que torna o ensino afro-brasileiro nas escolas é uma das formas de reparação e ressignificação, mas precisamos ir além. Trazer uma mesa de discussão de africanidades é bastante significativo. Estamos tratando de direitos, direito à história e à memória. Devemos muito à África: ensinos de agricultura em terras tropicais, atividades minerais, tecnologia e inúmeros aportes que não podemos nem contar. Quando negros e negras foram forçadamente trazidos para o Brasil, trouxeram consigo conhecimento e ancestralidades”, finalizou.