Alegria, espontaneidade, força e união caracterizaram o clima desta tarde de quinta (20) na Praça Porto Rocha, com a mobilização da semana de comemorações do Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência. Foram realizadas apresentações de dança por crianças, adolescentes e adultos com Síndrome de Down da Escola Municipal Renato Azevedo, Apae e do Centro Dia, além de uma dinâmica participativa de canto do Projeto Viver e Conviver. A ação foi realizada em parceria da Prefeitura de Cabo Frio e do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência.
Um dos organizadores, Kleber Veríssimo, vice-presidente do Conselho Municipal dos Direitos da Pessoa com Deficiência e diretor da Associação dos Deficientes de Cabo Frio, comemorou o sucesso da iniciativa. “Durante muito tempo, as pessoas com deficiência foram esquecidas pelo governo e eram invisíveis para a sociedade. Aproveitando a data, promovemos esses encontros para mostrar que o nosso segmento existe, está unido, organizado e fortalecido”.
A Beatriz Santos, mãe do André, jovem de 21 anos que tem a síndrome e também participou das ações, considera a ocasião uma oportunidade de fortalecimento para aqueles que têm ou convivem com a deficiência. “Eventos como esse nos fortalecem e confirmam tudo que a gente pensa e faz no dia-a-dia de nossos filhos. Também ajuda a conscientizar as pessoas sobre as necessidades deles e as dificuldades que nós temos para supri-las. Uma das nossas ferramentas é o Projeto Viver e Conviver, organizado e mantido pela força das mães”.
Mães de crianças e jovens que têm a síndrome formaram uma grande corrente na praça, representando diversas iniciativas de luta, resistência e união. “Muitos desistem da escola no meio do caminho pelas dificuldades enfrentadas. Eu nunca desisti da inclusão, apesar de ser uma luta diária, já que incluir o deficiente é um desafio”, observou Patrícia Dutra, mãe da Taynara, jovem de 21 anos e aluna do Ensino Médio do Colégio Municipal Rui Barbosa. Patrícia também é representante do Projeto Viver e Conviver, que promove uma série de oficinas e letramentos com um método diferenciado (fônico gestual).
A Diva Maria Pereira, aposentada, aproveitou o momento para apreciar as danças e aprovou. “A cidade precisa disso e espero que tenha mais vezes, estou muito emocionada”. O estudante Raphael Carvalho da Silva, 16 anos, estava por perto e ficou atraído pela dança e pelos cartazes. “É uma iniciativa muito importante porque o deficiente sempre acaba sendo excluído de alguma coisa, então apresentações como essa mostram que essa exclusão não é necessária e que as pessoas podem ser incluídas em diversas atividades”.
Diferentes estilos de dança foram apresentados e a Escola Municipal Renato Azevedo participou com uma coreografia inspirada na música “Era uma vez” de Kell Smith. O aluno Lucas Lira, 20 anos, disse que “gostou de dançar e ficou muito feliz”. A Jéssica Terra, 20 anos, que faz par na dança e na vida com o Lucas, também estava vibrante. “Estou muito feliz por ter ensaiado a dança com a professora Maristela, que é a minha sogra. Amei apresentar na praça com meus colegas”, afirmou a jovem, que é aluna da unidade.
Após as apresentações, alguns seguiram para a Câmara Municipal onde algumas pessoas com deficiência foram homenageadas. Também fizeram uma Tribuna Livre, onde puderam relatar as necessidades de políticas públicas voltadas para as pessoas do segmento.
A programação da Semana de Luta da Pessoa com Deficiência segue nesta sexta-feira (21), com Campanha de Conscientização do Uso das Vagas Especiais no Shopping Park Lagos, a partir das 14h.
