Neste sábado (24) é celebrado o Dia Mundial de Combate à Tuberculose, e para reforçar a importância da prevenção à doença o Departamento de Saúde Coletiva promove a “Sala de Espera”. A atividade, realizada pelo Programa de Tuberculose e Hanseníase de Cabo Frio, acontece nesta sexta-feira (23), na sala 20 do PAM de São Cristóvão, e no PAM de Santo Antônio, em Tamoios.
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A ação tem por objetivo reunir as pessoas que se tratam ou estão em busca de tratamento, para debater, principalmente, sobre a importância da continuidade da terapia, que dura, em média, seis meses. Também será discutida a importância da avaliação dos contatos íntimos e/ou cotidianos e os métodos de prevenção e de cuidados com a saúde. Além da roda de debate haverá entrega de material informativo.
“Esta é uma doença antiga, mas requer cuidados porque vem aumentado o número de casos pelo mundo e em Cabo Frio, no último ano. Temos observado muitos moradores de rua com tuberculose. Então, é necessário ficar atento aos cuidados e, ao apresentar algum sintoma, procurar uma unidade de saúde”, orientou a enfermeira Veleida Imbiriba, coordenadora dos Programas de Tuberculose e Hanseníase de Cabo Frio.
Em 2017 foram diagnosticados 149 casos da doença, enquanto no ano anterior foram registradas 97 pessoas infectadas. Um aumento de 52 casos num período de 12 meses. Este ano, até o momento, são 90 casos em tratamento, dos quais 26 são de novos casos. Importante destacar que a tuberculose é infecto-contagiosa, transmitida pela bactéria Bacilo de Koch, que afeta principalmente os pulmões, mas pode acometer outros órgãos. A doença atinge cerca de 10,4 milhões de pessoas no mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), levando mais de um milhão a óbito, anualmente.
Tratamento deve ser levado até o fim
De acordo com a equipe do programa, é fundamental que o paciente cumpra o protocolo de seis meses de tratamento. Muitas vezes, com quatro meses de terapia e resultados de acompanhamentos negativos de bacilocospia, o paciente tende a crer que está curado, mas segundo a coordenadora, não é bem assim.
“Se o paciente não fizer o tratamento completo pode ocorrer duas situações: o bacilo fica mais resistente aos medicamentos e o retratamento tem que ser feito do zero, começar como se nunca tivesse sido tratado antes. Fica mais difícil. Sem contar que o abandono do tratamento aumenta as chances de a pessoa adoecer e continuar infectando outros indivíduos”, alertou Veleida.
Em 2016, no Brasil, foram diagnosticados e registrados 66.796 casos novos e 12.809 de retratamento de tuberculose, segundo o Ministério da Saúde. A OMS aponta que mais de 1 milhão de pessoas morreram por conta da doença em 2015. Esses resultados configuram a tuberculose como um grave problema de saúde pública e a OMS a reconhece como a doença infecciosa de maior mortalidade no mundo, superando o HIV e a malária juntos.
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Fonte: Ministério da Saúde
Sintomas: O principal sintoma da doença é a tosse seca. Por isso, o Ministério da Saúde recomenda que toda pessoa com tosse por três semanas ou mais seja investigada. Podem aparecer febre vespertina, sudorese noturna, emagrecimento e cansaço/fadiga. A forma extrapulmonar ocorre mais comumente em pessoas que vivem com o HIV/aids, especialmente entre aquelas com comprometimento imunológico.
Diagnóstico: Exames realizados para o diagnóstico da TB são baciloscopia, teste rápido molecular para tuberculose e cultura para micobactéria, além da investigação complementar por exames de imagem. O diagnóstico clínico pode ser considerado, na impossibilidade de se comprovar a suspeita de tuberculose por meio de exames laboratoriais. Nesses casos, deve ser associado aos sinais e sintomas, o resultado de outros exames complementares, como imagem e histológicos.
Transmissão: A tuberculose é uma doença de transmissão aérea. Ao falar, espirrar e, principalmente, ao tossir, as pessoas com tuberculose ativa lançam no ar partículas em forma de aerossóis que contêm bacilos. Calcula-se que, no período de um ano, numa comunidade, um indivíduo que tenha a doença pode infectar, em média, de 10 a 15 pessoas.
Bacilos que se depositam em roupas, lençóis, copos e outros objetos dificilmente se dispersam em aerossóis e, por isso, não desempenham papel importante na transmissão da doença. Embora o risco de adoecimento seja maior nos primeiros dois anos, uma vez infectada, a pessoa pode adoecer em qualquer momento de sua vida.
Como tratar: O tratamento da tuberculose é feito a base de antibióticos, gratuito, e disponível pelo SUS. O método é 100% eficaz desde que o paciente não desista da terapia, que dura seis meses. Em Cabo Frio, o tratamento é feito no PAM de São Cristóvão e de Santo Antônio, em Unamar, no distrito de Tamoios.
Logo nas primeiras semanas de tratamento o paciente sente melhora do quadro geral. Contido, é necessário seguir a terapia até o final, uma vez que o tratamento irregular pode complicar a doença e, pior, resultar no desenvolvimento de linhagens resistentes aos medicamentos.