Uma equipe multidisciplinar do Hospital São José Operário (HSJO) passou a tarde desta terça-feira (9) envolvida na captação de órgãos e tecidos de um doador que faleceu no final de semana na cidade. O procedimento, que é complexo, foi o terceiro realizado pela equipe da unidade hospitalar desde o início de 2017. No Brasil, mais de 34 mil pessoas permanecem na espera mais importante de suas vidas: a de doação de um órgão. Com esta iniciativa, Cabo Frio se destaca como referência no interior do Estado do Rio de Janeiro nos procedimentos para doação e captação de órgãos e tecidos.
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O próximo passo para ampliar ainda mais este serviço é a implantação da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos, Tecidos e Transplantes (CIHDOTT). De acordo com a enfermeira Lilian de Moraes Brandão, que é especializada em captação de órgãos, é fundamental que a campanha de doação seja ainda mais incentivada. “Precisamos abraçar essa causa. Não basta apenas querer ser um doador, o primeiro passo é comunicar sua vontade aos seus familiares”, afirmou.
Em 2017, Lilian Brandão ganhou uma bolsa de estudos para treinamento de captação de órgão e transplantes em uma parceria do programa Proadi SUS com o Hospital Israelita Albert Einstein, de São Paulo, referência nacional no assunto. Apenas 12 enfermeiros de todo o país foram selecionados para este treinamento. “O enfermeiro que conclui este curso está apto para coordenar uma comissão intra hospitalar de doação de órgãos e transplante, além de participar de todo o processo de busca ativa do potencial doador, acompanhando o protocolo de morte encefálica, auxiliando na manutenção do potencial doador, realizando a entrevista familiar para autorização da captação dos múltiplos órgãos e tecidos, acompanhando o processo no centro cirúrgico até que se conclua e o potencial doador passe a ser um doador efetivo, até a entrega do corpo totalmente composto ao familiar”, explicou Lilian.
A captação de órgãos realizada nesta terça-feira foi concluída com sucesso. Na anterior, no ano passado, foram captados não só os chamados órgãos sólidos como também tecidos, tais como ossos e córneas etc.
Para Everson Coelho, diretor administrativo do Hospital São José Operário, mais importante até que a atuação de toda a equipe profissional envolvida na captação dos órgãos, foi o entendimento da família do doador em que sua vontade fosse respeitada. “Mesmo em um momento de dor e luto, os familiares tiveram um ato de grandeza que foi respeitar a vontade do seu ente querido em doar seus órgãos e poder, assim, salvar vidas”, contou.
O diretor administrativo do HSJO ressaltou, ainda, o empenho de todos envolvidos no processo, desde a equipe administrativa do hospital, passando pela equipe multidisciplinar e pelo suporte que fez o contato com o Governo do Estado, por meio do Programa Estadual de Transplantes (PET). “A questão da captação e doação de órgãos é algo que, particularmente, desperta muito a atenção. Hoje, a Saúde de Cabo Frio está cada vez mais bem preparada para atuar nesta questão. O próximo passo é a implantação da Comissão Intra Hospitalar de Doação de Órgãos, Tecidos e Transplantes (CIHDOTT), para que, em breve, Cabo Frio se torne um polo de captação de órgãos e tecidos na Baixada Litorânea. É um trabalho de muitas pessoas envolvidas, cada uma fazendo sua parte, em uma iniciativa tão nobre que é a de doar órgãos”, finalizou Everson.