Parte do espaço onde hoje funciona uma agência bancária será entregue ao município para instalação de um centro cultural
Em breve o Palácio das Águias, em Cabo Frio, será transformado em um centro cultural. Equipes da Prefeitura realizaram uma inspeção técnica no local na terça-feira (11). Uma das últimas construções remanescentes da paisagem cultural da antiga Rua Direita, hoje Rua Érico Coelho, no Centro da cidade, atualmente o espaço pertence a uma agência bancária que, por ter realizado alterações irregulares na estrutura original, arcará com todas as reformas necessárias antes de entregar o prédio à Prefeitura.
Todo o entorno do local onde funciona a agência é dividido em três grandes áreas. Duas delas permanecerão em posse da instituição. O espaço que será cedido ao município tem dois andares e é o mesmo que possui a fachada histórica do Palácio.
As obras de restauração para a implementação de um centro cultural serão iniciadas pelo banco no próximo mês de junho. Existe a possibilidade do espaço receber o acervo da Biblioteca Municipal ou da instalação de um Centro de Artes Visuais.
A negociação para cessão do espaço à Prefeitura de Cabo Frio foi traçada pelo governo municipal em conjunto com o Instituto Estadual do Patrimônio Cultural (Inepac). A instituição exigiu que o banco abrisse o local ao público, uma ação que garante não só a preservação do bem estadual, mas também o uso adequado à toda população.
O Palácio das Águias foi construído no final do século XIX e é conhecido assim por existirem três estátuas de águias em sua parte superior, que foram trazidas da França na época da construção. Além dos ornamentos, a parte frontal é constituída por três janelas e portas, e um sobrado de metal.
Sua fachada tem traços de arquitetura da época do romantismo, de influência europeia. O local também é conhecido como “Sobrado do Tutu”, apelido dado a seu primeiro proprietário, Tertuliano Ferreira.
A construção foi tombada pelo Inepac em 12 de junho de 1989, após um requerimento realizado por uma Comissão Pró-Conservação do local, que obteve mais de três mil assinaturas. Na época, o documento foi recebido pelo governador Moreira Franco, que publicou o ato de tombamento.