As
recentes notícias de mortes registradas no Estado do Rio de Janeiro por conta
da febre amarela estão deixando em alerta milhares de moradores das cidades da
Região dos Lagos. Em Cabo Frio, no entanto, a Secretaria Municipal de Saúde
informa que não existe motivo para preocupação nem para corrida alarmada aos
postos de saúde: a cidade não possui nenhum caso sob suspeita de febre amarela
e, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, Cabo Frio está fora da área de risco
para a doença.
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Até
agora, segundo a Secretaria Estadual de Saúde, 15 casos de febre amarela
silvestre em humanos foram registrados no Estado: três em
Teresópolis (com dois óbitos), um em Nova Friburgo (óbito), nove em Valença
(três óbitos), um em Miguel Pereira (óbito) e um em Petrópolis (sem óbito). A
febre amarela silvestre é transmitida pelos mosquitos dos gêneros Haemagogus e
Sabethes, insetos de hábitos estritamente silvestres. É uma doença endêmica em
algumas áreas do país, principalmente na região amazônica e áreas de mata
fechada, como nas cidades do Estado do Rio aonde os últimos casos foram
registrados. Não é transmitida pelo macaco nem de pessoa para pessoa. Já a
febre amarela urbana é transmitida pelo Aedes aegypti (o mesmo da dengue, zika
e chicungunya) e, de acordo com o Ministério da Saúde, desde os anos 40 o
Brasil não registra casos deste tipo da doença.
“Cabo
Frio não é região de mata fechada, nem está próximo de nenhuma das cidades
consideradas áreas de risco, por isso, não tem motivo para a população se
alarmar, nem correr para os postos de saúde de forma desesperada, nem passar a
noite na fila para tomar vacina: a Secretaria Estadual de Saúde definiu como
meta, para Cabo Frio, a imunização de 172 mil pessoas. Em 2017 recebemos 123
mil doses do Estado, dessas 112 mil foram aplicadas. Para este ano já recebemos
20 mil doses do total de 60 mil previstas, ou seja, devemos imunizar cerca de
183 mil pessoas, mais do que a meta estipulada”, tranqüiliza a superintendente
municipal de Vigilância em Saúde de Cabo Frio, Lucy Pires, lembrando que os
últimos casos notificados em Cabo Frio foram no ano passado (nove no total),
mas todos foram descartados após exames laboratoriais.
Segundo Lucy, apenas
quem precisa viajar para cidades da área de risco deve se antecipar para tomar
a vacina. Neste caso, o ideal é solicitar o agendamento nos postos de saúde,
com algum documento que comprove a viagem. A vacinação é gratuita, segundo a
Organização Mundial de Saúde tem validade pra vida toda, e deve ser realizada
até 10 dias antes da viagem.
Geralmente a vacina produz
alguns efeitos colaterais como febre, dor de cabeça e dor muscular. Mas,
como é feita a partir do vírus vivo, em pessoas com baixa imunidade ela pode
vir a causar febre amarela, cujos sintomas são calafrios, dor de
cabeça, febre alta, cansaço, dor muscular, náuseas e vômitos. Por
isso, segundo o Ministério da Saúde, a vacina não é indicada para os seguintes
casos:
– pessoas com alergia
a algum componente da vacina e alergia a ovos e derivados;
– pessoas com doença
febril aguda, com comprometimento do estado geral de saúde;
– pacientes com
doenças que causam alterações no sistema de defesa (nascidas com a pessoa ou
adquiridas), assim como terapias imunossupressoras – quimioterapia e doses
elevadas de corticosteroides, por exemplo;
– indivíduos
portadores de Lúpus Eritematoso Sistêmico ou com outras doenças autoimunes;
– pacientes que
tenham apresentado doenças neurológicas de natureza desmielinizante (Síndrome
de Guillain-Barré, ELA, entre outras) no período de seis semanas após a
aplicação de dose anterior da vacina;
– pacientes
transplantados de medula óssea;
– pacientes com
histórico de doença do Timo;
– crianças menores de
nove meses de idade;
– crianças menores de
dois anos de idade que não tenham sido vacinadas contra febre amarela não devem
receber as vacinas tríplice viral ou tetra viral junto com a vacina contra FA
(o intervalo entre as vacinas deve ser de 30 dias);
– gestantes, mulheres
que estejam amamentando, portadores do vírus HIV e idosos com mais de 60 anos
que residam em área de circulação do vírus devem passar por um profissional de
saúde para avaliar a possibilidade de vacinação.
Uma preocupação dos
moradores de Cabo Frio está relacionada à chegada de turistas provenientes de
Minas Gerais, um dos estados que vem registrando aumento de casos de febre amarela
no país (15 casos este ano). Segundo Lucy Pires, “não há motivo para
preocupação porque a Secretaria de Saúde reestruturou as Vigilâncias
Epidemiológica, Sanitária e Ambiental para otimizar as ações de combate ao
mosquito Aedes aegypti e detecção de possíveis casos
suspeitos de febre amarela e demais arboviroses como dengue, chikungunya e
zika”.